A Poesia Que Não é do Poeta
As vezes penso comigo,
Estaria eu andando em círculos
Rumo à um lugar comum?
Sou poeta de coisas mortas
E a poesia que me encosta
Caminha sem plano algum.
A passos lentos, já fatigada,
Observa atenta a estrada
Que se finda no horizonte .
Não é lírica nem concreta.
É a ousadia dum poeta.
Mas voa para bem longe!
Ela não ousa pertencer-me
Eu tampouco atrevo-me
Aprisioná-la numa gaiola.
Por isso ela só encosta,
depois retoma sua rota.
E num lampejo vai-se embora.