Neste e em outros Carnavais

Eu lia o meu Quintana

numa manhã lenta

de Carnaval

e as pernas nuas

desfilavam preguiça.

Entre uma página e outra,

me espiava um verso.

Ecos de antigos poemas

misturam-se a uns versos

ainda não escritos.

Menininhas

com nomes de avozinhas

saltam do livro

e eu penso

que não importam os nomes

serão sempre menininhas.

Corre, Adalgisa, brinca.

As tranças com laços de fita

sacodem no ar

como as de todas as menininhas

de tempos idos

ou por vir.

Serão sempre menininhas

Adalgisa, Heloísa, Bruna e Maitê

Terão sempre

suas tranças e laços de fita

as menininhas.

Algumas coisas não mudam,

graças a Deus.

E às mães.

(Flávia Côrtes - Fevereiro de 2013)