DENTRO DO POSSIVEL
Dentro do Possível
Beijei a face daquele velho homem
E ele não entendeu
Talvez precisasse
De mais do que pude lhe dar
- talvez não precisasse de nada –
Beijei a face daquele negro e também do branco
E eles não sorriram
Ainda houvera sido pouco – o que pude lhes dar
Ou souberam eles como ninguém
Cobrir-se em disfarce
Quantos abraços
Dei naqueles amigos
Sem que pudessem eles perceber
Que era tudo
Que eu tinha?
Não há o impossível
Dentro do possível
E o que existe de grandioso em um beijo
Extrapola o ato simples
De beijar
Mensurar um abraço
É como medir o ego do criador
Ou o universo da paixão
Quanto respeito pode haver
Na palavra (idoso e afrodescendente)
Que não possa ser traduzido
Num sorriso do coração?
Beijei o sorriso (triste) do outro
E ele agradeceu (tímido)
Com uma abraço largo