DE QUANDO O ANIMAL FAZ O RÉQUIEM
Killer, o cão "matador" (só no nome)
lambedor de crianças
enamorou-se até a hora da despedida.
Primeiro a vida safada cegou-lhe
e um automóvel papou-lhe a pata.
Alma e coração envelopados, somos
passageiros à espera do destino final.
Definhamos um pouco a cada dia.
Voejamos na vassoura das bruxas,
capturando cotidianas tristezas.
O senhor de tudo dispõe as coisas.
Não esqueçais de que nascemos
e possivelmente
ressurgiremos
pela sua manopla.
Afiançamos a morte enquanto vida
é fio de linha
e nos enovela ao carretel.
Afortunados homens e bichos...
– Do livro BULA DE REMÉDIO, 2004/2011.
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/413209