Era um poema, era só um poema,
Essa palavra engasgada,
Essa dor mal disfarçada.
E a vontade insatisfeita
na desfeita alegria de ser,
era um poema de doer,
de uma dor como tinha que ser
como essa que não me deixa viver.
E mesmo assim,
como era um poema, só um poema,
eu tinha de pensar, sentir, escrever
e talvez sangrar para deitar abaixo,
como se fosse a própria vida
que eu tinha que tentar,
sentir, viver e talvez saber...
E nunca saber
que era só um poema
desse amor engasgado,
entranhado nesse silêncio tão sublime
e tão mal disfarçado.
Agora são só palavras
que calam sem rima
e que partem sem rumo.

 
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 09/02/2013
Reeditado em 25/04/2021
Código do texto: T4131360
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