Sem palavras
Indiferente posso ouvir o teu nome
Nem mesmo tua face me inquieta e nem consome
Posso exatamente dimensionar a arte de buscar o amor
E de ser amante poeta em prosa e verso desafiador
Poder pensar em ti, me acalma e acalenta a alma
Supostamente o amor que sinto por ti vem depois do amar a mim mesmo
Representa então para mim a extensão do poder amar
Numa certeza absoluta de que vale apena amar e enamorar com as letras.
Confesso que tua presença me aguça os mais belos sentimentos
E desperta dentre tantos outros
A vontade de poder tê-la sempre ao meu lado
Mas nesse emaranhado de proibições
Acordo do mais profundo sonho
E mergulho então na realidade que nos afasta e nos conduz ao bonde da saudade
Ah sonhos! Sonhos viajam tristes
Vagam pela amplitude do universo
Complexo e incerto
Já me perdi nesta imensidão
Sem mais poder ao menos lembrar-me
De sua face, do seu nome PALAVRA
Cabisbaixo – tudo parece silêncio e nada mais.
O tempo conseguiu roubá-la de mim
Sem palavras nada mais posso
A não ser lamentar sua ausência
Não sou mais poeta
Nem tão pouco amante
Perdi meu riso
Derramei meu pranto
Sem palavras
Como posso continuar?