Na mesma calçada
Se o dia não nascer
é porque essa madrugada
é pouca para o sonho
de viver o que é nosso.
São anos perdidos
em outras bocas
e um futuro escolhido
em outros caminhos.
É a regra maldita
da nossa vida que imita
as dores do mundo
e o outro segundo
que vem sem você.
Se a vida reclama,
tua cama me chama,
e em tua seda pura
de gozo e ternura
tu se desnudas sem preço
como só eu conheço.
E depois,
da verdade gemida
voltamos ao “cover” da vida
que vivemos por nada,
numa pausa forçada
do olhar sem fim.
Mas cada brisa soprada
e cada canção tocada,
hão de nos deixar
essa certeza de estar
para sempre...
na mesma calçada.