Cidade
Mulheres querem ser meninos;
Meninos querem ser mulheres...
Em meio a essa busca de identidade,
Estar toda a verdade de uma nova geração.
Ninguém parece querer saber da situação;
Ninguém quer sentir pela coca-cola o Malboro.
Querem couro no couro;
Ferro no ferro...
Fome na fome....
Sede, se tiverem tempo de não morrer antés das dez.
Meninas querem ser mulheres;
Meninos querem ser homens...
Andamos com os nossos nomes,
Sobre os pés arrastados de desigualdade,
Pensamos, que mais forte que o ódio é a justiça,
Que nunca chega, sempre tarda, quando não falha,
Num lugar onde ninguém nos vê.
Tentamos dizer o que não falamos,
Mas pode crêr, quem não foi em woodstock,
Pode lêr. Viver a emoção?...
É só ser jovem em sua geração.
É tanta contradição, que a gente nem sabe entender.
Tem gente dizendo as coisas por você;
Tem gente tirando o direito da gente ser.
Pode até parecer monotonia,
Mas por que esconder a bigamia?
Temos internet dizendo adeus ao telefone.
Temos transportes;
Temos shopping;
Baladas e micaretas,
Estações de piratas.
Mesadas do governo,
Casas populares.
Temos big broder;
Temos corrupção, senhas e cartões.
E ainda tem gente fazendo eleições.
Ainda tem gente falando dos outros;
Anda tem gente bancando o tolo;
Ainda tem gente pintando os cabelos de verde, azul e loiro;
Andando com tatuagens no couro.
Se preocupando com modelagem do corpo,
Com a marca da bolsa,
Com o som do carro.
Tudo em cima ou em baixo...
Vivemos num país legal,
Mas tudo é tão desigual.
Dominamos o fogo,
Mas não entendemos a disciplina.
Falamos de Democracia,
Mas pautamos nossos valores em hipocresia.
Andamos de avião,
Mas somos incapazes de doar o coração.
Se choramos pela razão,
Alguns querem inventar um novo padrão.
Todas e todas não chorem não,
O país é uma facção.
Se tem alguma coisa faltando,
Não é a banda, não é geni...
Não é Caetano, Chico ou Saci...
Tão pouco os trapalhões.
Faça-me rir, pois de ti quero o que é dificil dizer.
Quero a verdade, mas por tanta necessidade,
A gente nem sabe ao certo o que fazer.
Na dúvida, o preço é a ignorância,
Pois desde antigamente, a gente vê os macacos dizerem amém.
O problema da realidade é o vício do prazer, que se tem.
Os homens, enquanto fazem amor, se apaixonam pela guerra.
E a paz é que fique com Deus, vez que os demônios estão em toda parte.
Seriam as flores felizes se não fossem efêmeras?...
Nós por tudo o que pensamos ser ante ao próximo, ante Deus...
Somos incapazes mesmo de dizer simplesmente dizer eu te amo.
Então o que podemos falar do futuro?...