Desmascarado

Um dia o Criador me chamou à existência.

E já criado

Sonhei que brincava de viver.

Como criança,

Fui tudo...

Não consigo descrever...

Na minha adolescência.

Percebi a desigualdade.

Da minha vida em relação ao mundo.

Ao perceber isso,

Rapidamente me mascarei.

Para ninguém perceber.

Sem ninguém perceber.

Brinquei de ser feliz.

Um mascarado brincando de ser feliz!

De uma banda, era feliz verdadeiramente.

Da outra, era algo que não consigo dizer.

O lado triste do viver.

Prefiro chamar de sofrer.

Aquilo que não sei descrever.

Dado momento do meu dia.

Senti que a maquiagem que sobredourava meu rosto.

A máscara que cobria minha face.

Começou a desgrudar de mim.

Fiquei aflito...

Todos iam perceber.

Mas...

Decidir deixar cair.

Caiu em pleno palco.

Sofri a vergonha,

A descriminação e o desprezo

De uma parte da platéia que me assistia.

Aquela que eu mais precisava.

Mas a outra que eu não achava tão importante assim.

Essa sim me deu a mão,

Me apoiou.

Hoje sou mais eu,

Mais livre.

Desmascarado e feliz.

Em mim nada mais se contradiz.

Sou eu.

Que faço o meu teatro

Eu estou no meu palco.

Não estou preocupado

Se a platéia me aplaude

Ou me dá vaias.

O que importa

É viver sem dever nada pra ninguém.

Só minha consciência tranquila.

Para aquele que me criou.

Cálamo de Poesia.

05.02.13

Cálamo de Poesia
Enviado por Cálamo de Poesia em 06/02/2013
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