____DIVINA MÃO____ (poesia religiosa)
Caminhava, trôpego, por entre vielas sombrias
Não percebia, na vida, importância ou sentido
Rondava-lhe continuamente forte melancolia
Por tortuosos labirintos, perambulava perdido
Recolhia restos de festas, efêmeras euforias
Nada o ligava a nada, fracos elos, rompidos
Exangue, só, caiu em si: prostração e letargia
Carecendo de outros rumos, orou, contrito
Súbito, brilhou intensa luz que ele desconhecia
Seguiu-a, deixando para trás o que havia sido
Súplice, agarrou a amorosa Mão que se estendia
Com confiança e fé, pela Graça foi ungido!
Transbordou a paz na existência antes vazia
Invadiu seu templo interior o Amor desconhecido
Pela primeira vez, vivenciou paz e harmonia
Ao *"Princípio" e ao "Fim", para sempre unido
Pela dor vivida, assimilou a Verdade e a Alegria
Assim, abençoado, su'alma ajoelhou, agradecido!
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*Referência bíblica a Deus, como sendo "o Alfa e o Ômega", (conforme Apocalipse 1;8 e 21:6), respectivamente a primeira e a última letra do alfabeto grego, ou seja, Deus é o Princípio e o Fim de tudo.
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