DALVA

DALVA

Quem é esta

Que faz povoar

Meus desertos

Faz da minha revolução

Marasmo

Que caminha ereta

Em minhas dunas

Trazendo sorriso gentil

À boca rasgada no rosto?

Quem é esta

Que ergue o eremita

Da sua caverna

Que faz do homem menino

Que se abre e repousa

Que confessa seus erros

E puro desatino?

Quem é

Quem me devora

Que conhece cada palmo

Do caminho não percorrido

Que socorre o náufrago

Que arrasta ao perigo?

Quem é esta

A quem me refiro

Quando penso em alguém

Que encerra as estações

Que me revela solidão

Que compactua comigo

Nos crimezinhos rotineiros?

Quem é esta

Estrela que brilha Dalva

Na amplitude das minhas areias

Mulher que encontro inteira

Quando nada mais resta

Quem é esta?