eu já era morto quando vivo

Que braço escuro me vem á porta do céu

Que desce pelas nuvens e a minha goela

Segura, e eu olho e não consigo traduzir

Que monstro horrendo é essa criatura

Que me levanta pela garganta num silêncio

Destruidor, não ouço nem sequer um zumbido

Que me fale do que eu estou sofrendo, em vão

Eu luto em desespero, em fétida fumaça de dor;

E quando já estou passando dessa para melhor,

Acordo num mundo sombrio, de rosto sujos

E delirados, onde mortos andam na rua , de

Braços entrelaçados, parecendo vivos, e eu

me dou conta, não estou morto porque eu sinto

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 06/02/2013
Reeditado em 06/02/2013
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