Para Inglês ver, para Francês ficar

Minha Belém o que tens?...

Um céu azul amorenado,

Com papagaios, em talas e papel de ceda bordado.

Ávidos toneis de rios,

Que em brisa fazem valsar...

Do rio Guamá ao Guajará,

Um ver o peso de odores.

Pai d’ égua é o tucupi fazer valer o tacacá;

Caruru, maniçoba, açaí, Bacuri, Bumba meu boi,

Tajá, Curupira, Matinta Pereira, Mãe d’ água...

Fazendas de roupas rendadas,

Do carimbó ao síria,

Versadas por Verequete e Pinduca.

Minha Belém o que tens?...

Do porto do Sal ao forte do Presépio;

Da praça do relógio ao Arsenal...

Mangal das Garças e as Docas do Umarizal.

Paralelepípedos...

Letras da história prensadas no chão,

Falam da cidade velha,

Como a canção.

Falam da independência dos Cabanos à

Luz do círio de Nazaré,

Como o sangue e o coração nas mãos.

Se não bastar, pasmem com o vaso Marajoara,

Conheçam a algazarra da molecada nos quintais e nas calçadas,

Olhem os periquitos incendiando as mangueiras,

Com o hino da terra brasileira,

A fino timbre, pássaros sonoplastiando...

Belém origem do meu Pará.