A Espreita da Morte

É a morte espreitando na esquina

do tempo e o vento é o lamento

da chacina que assistida alucina

todas as almas que caminham.

É a morte espreitando na esquina

da vida que é frágil e eterna

e do outro lado da rua a lanterna

que é o guia na passagem antiga.

É a morte que espreita o presente

e é o presente que a vida oferece

quando o corpo tardio arrefece

e a barca nos leva a travessia do rio.

É a morte espreitando os meninos

e meninas que a vida transborda

e que os passos caminham na borda

desse precipício que leva ao início.

É a vida espreitando a morte consorte

que leva e releva os motivos precisos

de um viver de limites qu’eu não preciso

e conciso eu caminho para me libertar.