Espera inquietante
Espera Inquietante
Num embate dantesco emergem ondas furiosas
Que com as espumas formam uma paisagem surreal
E seguem num vai-e-vem em estratégia façanhosa
No imenso cenário, aquoso, do gigante de sal.
Oh mar bravio! Necessito muito de tua calmaria
Porque a musa vai singrar e transpor fronteiras
E, ansioso vou ficar a esperando dia após dia
Até que ela chegue, ilesa, de tua sanha traiçoeira.
Sufoca-me uma onda de maus pressentimentos
Que só com o término desta marítima saga
Porei fim aos meus inquietantes tormentos
Oh, mar traiçoeiro de caudalosas e vorazes vagas!
Que as temo porque sei do que são capazes
Traga minha musa, em paz, de volta à sua plaga.