ROQUENROU FALIDO
repare nos meninos pobres nos sinais
perdidos d'algum disco voador
que nem escala faz na Terra
repare no eremita velho na montanha
prisioneiro de uma rebeldia
que já não paga droga alguma
de um roquenrou falido
perdoa as vadias velhas e energúmenas
nenhum traço de ousadia colore
quem veste o lençol do fantasma vencido
cria outro vínculo com o planeta
aonde o céu menos refúgio
conceda liberdade queimando a moeda
porque o caos é um peixe puxado do átomo
e os velhacos servindo desleixos dos urubus lamberem
velhos canhões e aerocídios derrubados
atestam a infidelidade do Poder vencer
moleque de quantas vidraças quebradas
agito a alma no abismo constelado
das cantigas do amor solitário
cravada chama na tua caverna
aonde vou para a última ceia
quando a lua é a lágrima do final de uma era
aonde me escondo do tempo que desaba brasas escarradas
aonde durmo na calçada esperando vaga no cemitério
quando tudo o que resta
além do pé na cova
anunciada a festa
além da mentira e da dívida louca
é o sorriso de quem usou sem piedade
a juventude rolando pelo abismo
quando o espelho revela o olho arbitrário
malandro que passa por santo é ordinário