O TEMPO ME PUNGE
O olhar é sempre o mesmo
sobre as coisas do existir, mas
o tempo do já me diz palavras que não entendo
que não consigo traduzir pelas ferramentas normais do mundo matéria.
As pegadas deixadas na praia se tornam permanentes na mente
É como se revisasse a cada instante os passos diários postos na construção de mim
Mas no entanto me apago
Me sinto menor
Me analiso sem paciência com tudo e com todos
Esse monstro terrível do tempo me coloca na parede
a todo momento e me persegue demais.
O mundo e eu se apertam no meu coração
e uma agonia temporal me persegue
Consigo muita vezes ouvir os sons imperceptíveis da vida.
Conto cada passo
Me contorço a cada ação do outro que me diz
me sinto fora do mundo concreto
E divago por tentativas do existir estando
O aqui, o eu, o momento me agoniam.
O medo é meu companheiro nestes cálculos da matemática de mim
que estou.
O tempo me persegue e me punge a alma.