Lamento do Poeta
Como eu queria ser inspirado
Para escrever os versos mais alucinantes
Ter o dom de ser um eterno apaixonado
E ser sincero como um amante
Como eu queria falar-te sem medo
Tudo que minha boca quisesse dizer
Ser perfeito tal qual foi Álvares de Azevedo
Com que as palavras soube fazer
Como eu queria saber de forma correta
Dizer o que eu não queria
Saber expressar-me que nem um poeta
E utilizar esse talento com maestria
Meus versos são pobres, sem encanto, chulos
Neles só existem o que há de coloquial
Não merecem uma linha em uma poesia
Para torná-los especial
Escrevo sem um motivo de certo
Apenas para me trazer um pouco de calmaria
É que quando escrevo sinto-me completo
achando que sei fazer poesia
Mas em minha cabeça ela insiste em permanecer
Como se da minha mão ela querer-se sair
Enquanto me restar um pouco de inspiração
Ela vai sobreviver e dos recantos obscuros
Da minha mente ela vai surgir