[O Olhar Abissal]

A vastidão do olhar é intraduzível sempre... mais tentamos a palavra, e mais cada palavra apenas atesta a sua incompletude congênita!

Assim, tudo que se pensa está no limite da erupção; tudo que está à vista permanece misteriosamente oculto; tudo permanece quase... quase dito — nada pode ser tratado com palavras, exceto talvez o desespero!

Conclusão[?!?]: toda fala é apenas outro arranjo [sonoro] da mesma indeslindável partitura universal! E há infinitos arranjos sonoros... Haja coração para tanta musicalidade!

Se Deus existisse, haveria algum consolo... Mas o Deus que nós criamos não basta para clarear o abismo onde lançamos o nosso olhar interrogante...

[Eu não disse nada, isto é, eu não quis dizer nada].

___________________________

[Desterro, 02 de fevereiro de 2013]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 02/02/2013
Código do texto: T4119407
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.