Eterna aquarela
Vida, questiona-me
Se ando desvinculado
Do meu amor,
Pois sigo meu momento
Formulando lições
Das divas na crosta
Em minha montanha,
Que de tão desgastada
Quase virou pó,
Os grãos de areia
Que a natureza desintegrou,
Surge a praia
De águas límpidas
Enxaguando meu corpo,
Do suor evaporado,
Preparando-me junto à noite
Um lual de desejos.
O tempo muda
Vem a chuva
Com o capricho dos pingos
De líquidos doces
Retirando o sal
Calmamente escorrido
Na pele enrugada
Pelo teor do frio
Recomponho-me rapidamente
Esquentando meu corpo
Debruçado sobre a bela
Que fez minha noite
Uma eterna aquarela.