Inimigo de mim mesmo.
Voltaria todos os dias,
Naquele banco gelado
Para ver o esbolço quase apagado
Da vida que um dia tive.
Tentei viver tantas outras vidas,
Invejei muitos outros caminhos,
Mas hoje aqui sozinho,
Desejava somente a vida que tinha.
Para que ter o mundo aos meus pés
Se em meu interior me achasse um ser estranho.
Nem todas as glorias cabem em outros historias.
Talvez jogar as migalhas de pães ao pássaros
Fosse um ato glorioso.
Mas não,
A cegueira da ambição
Fez de mim um inimigo de meu ser.
Que no fim preferia morrer,
Do que acreditar no que se tornou.