Minha vida sem mim
Quem sou eu para me sentir assim?
Quem sou eu para dizer que hoje é o fim?
Não sou nada.
Mero sapiens, ultrapassado.
Cadê o futuro que não chega
desse presente desconsolado?
Mero mortal que sou.
Martirizo-me: espero o futuro
de um passado que nem começou...
Que se passa?
Que acontece com tua figura tão bela
agora tão desconfigurada?
Nada, não acontece nada.
Nostalgia e devaneios
vorazmente devoram-me a vida,
cortando-me as veias já feridas
anunciam o suspiro derradeiro.
Pensamento constantemente ativo
de um ser inteiramente inexpressivo,
que apenas vive inconstante
pensando nas coisas ruins, boas... (in)significantes.
Penso.... penso em ti, penso em mim.
Penso no que vivi e no que viverei até o fim.
Penso em quão doce poderia ser o gosto da partida,
e penso como seria... sem mim... a minha vida....