BRIQUE DA REDENÇÃO
Tendo a José Bonifácio de pelego e galpão,
Se esparrama bem cedo , multidão de gente.
Num colorido de vozes , parece uma canção,
De Porto Alegre é alma, coração e mente.
Nos domingos ensolarados, à tarde ou de manhã,
Os gaúchos pegam os filhos, o cachorro e se vão.
Compram, vendem, olham, felizes festejam a vida,
Olvidam até a dor, só não esquecem o chimarrão.
Para lá todos convergem em completa união
Não interessa o partido ou o time de coração.
Que importa é o convívio que, como grande bateria,
Enche o coração da gente de benéfica energia.
Ali se vende de tudo, de revistas a cristais,
Vêm cantores, artesãos, artistas e intelectuais.
Suas dores são variadas, seus temas e vocação
Nuns desperta o canto, noutros amor, devoção.
Todos têm o direito de mostrar seus pensamentos,
Quem é contra o Governo da crítica é o momento.
É palco, igreja, tribuna, é uma Assembléia sem luxo.
É alegria, é luta, é esperança. É a alma do gaúcho.