Olhando as frestas da janela do tempo só para ver meu amor chegar...

Fico aqui a olhar as vagas do vento

esperando chegar a sucinta inspiração

e num momento áspero e imorrível

eu adormeço e sonho que sou poeta

e deixo a fúria das tempestades passar

para beber dos cálices de Dionísio

e poder recitar versos a Afrodite

para quem sabe ela se apaixonar.

Fico aqui a olhar as frestas do tempo

esperando a hora perdida que não veio

e num relampejo a mente vislumbra o mar

e navego na imaginação como se fosse poeta

e deixo Sansão viver junto aos leões

e condeno a morte os pecados de Dalila

e em novas vestes sou o último juiz

que libertará as almas dos esquecidos.

Fico aqui a olhar os vazios do meu leito

esperando você lembrar o caminho

e retornar trazendo a cor dos seus olhos

para eu decifrá-los com destreza de poeta

que mira esse céu infindo na bruma do seu olhar

e as palavras serão como cantigas de amor

que te ninarão e acariciarão sua tez veludínea

somente para eu poder te copiar na próxima poesia.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 29/01/2013
Código do texto: T4111559
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