Quadras de amargura
Eu sou um monstro
quimera de sangue e desejo
pela lama fui parido
e pela lama eu anseio
Quando anoitece, acordo
ando como se fosse gente
bebo, fumo e vago displicente
metade cego, metade perdido
Observo, mas não vejo
a mulher em minha cama
beijo-lhe sem sentir o gosto
mamo até secar-lhe o seio
Eu sou tudo e não sou nada
sou a dor que aflige o peito
sou o prazer da tenra idade
sou uma alma atormentada