Quadras de amargura

Eu sou um monstro

quimera de sangue e desejo

pela lama fui parido

e pela lama eu anseio

Quando anoitece, acordo

ando como se fosse gente

bebo, fumo e vago displicente

metade cego, metade perdido

Observo, mas não vejo

a mulher em minha cama

beijo-lhe sem sentir o gosto

mamo até secar-lhe o seio

Eu sou tudo e não sou nada

sou a dor que aflige o peito

sou o prazer da tenra idade

sou uma alma atormentada

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 29/01/2013
Reeditado em 29/01/2013
Código do texto: T4111118
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