O silêncio é feito desses labirintos onde a palavra marcada descansa calada,
Onde calada a palavra descansada marca um próximo grito outro ou este.
Só que não sei quando, enquanto desconheço saber do tempo que passa,
Enquanto passo sabendo desconhecer o quando que nunca sei se sei ou não.
Não sei o que me acontece nesses tais cansaços das asas no quando do voo,
Ou no enquanto do desejo quando sei que quero mais que tudo quase nada,
A palavra calada a asa descansada enquanto passa outro quando de outro voo,
E sempre esse “nunca sei” que sempre imaginei nunca saber se sei saber que sei.
Não sei. Descansei desses silêncios e dessas palavras cansadas tanto de mim,
Talvez de ser assim, eu e as palavras, amigos ocultos um do outro desde sempre
E inimigos de labirinto, eu sou caçado enquanto caço se alcanço sei que mato
A força desse silêncio e a vontade desse grito que irrompe assim desentranhada
Nessa vida que levo nessa mesma estrada a mesma vida sempre estranhada...
 
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 28/01/2013
Reeditado em 25/04/2021
Código do texto: T4109083
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