Mulher dos Pacotes
A mulher dos pacotes
Todo mundo conhecia,
Andava a cidade toda
Pra ninguém nada pedia.
O seu mundo era fechado
Com ninguém ela falava,
Quando sentia fome
Num portão ela parava.
Espiava pela fresta
Irritado o cachorro latia,
Seus pacotes arriava ao chão
Pois o peso ela sentia.
Trazendo um pedaço de pão
Sempre alguém aparecia,
Aceitava e comia ali mesmo
E nem sempre agradecia.
Descia avenida abaixo
Todo canto vasculhava,
Interessava-se por uma caixa
Mais um pacote acumulava.
Quando as mãos estavam cheias
Na cintura ela amarrava,
Até na cabeça levava um pacote
Em passos lentos caminhava.
Mulher dos pacotes
Sozinha no mundo
Talvez, sem parentes
E sem casa pra morar
Quem dera que ela falasse
Pois queria que me contasse
O mundo que vive a sonhar.
Um pedaço de pão,
Um prato de comida
Ninguém vai negar,
A sua existência cabe a nós vigiar,
Que Deus abençoe por onde ela andar
Pois seu mundo é este
E ninguém vai mudar...
A mulher dos pacotes
Todo mundo conhecia,
Andava a cidade toda
Pra ninguém nada pedia.
O seu mundo era fechado
Com ninguém ela falava,
Quando sentia fome
Num portão ela parava.
Espiava pela fresta
Irritado o cachorro latia,
Seus pacotes arriava ao chão
Pois o peso ela sentia.
Trazendo um pedaço de pão
Sempre alguém aparecia,
Aceitava e comia ali mesmo
E nem sempre agradecia.
Descia avenida abaixo
Todo canto vasculhava,
Interessava-se por uma caixa
Mais um pacote acumulava.
Quando as mãos estavam cheias
Na cintura ela amarrava,
Até na cabeça levava um pacote
Em passos lentos caminhava.
Mulher dos pacotes
Sozinha no mundo
Talvez, sem parentes
E sem casa pra morar
Quem dera que ela falasse
Pois queria que me contasse
O mundo que vive a sonhar.
Um pedaço de pão,
Um prato de comida
Ninguém vai negar,
A sua existência cabe a nós vigiar,
Que Deus abençoe por onde ela andar
Pois seu mundo é este
E ninguém vai mudar...