Poema da Cidade
Tempos atrás, na cidade onde eu moro,
tu não habitavas...
E tudo era calmo e claro:
As distâncias entre as minhas ruas tinham as medidas
das minhas imensuráveis quimeras;
eu me pertencia e as despedidas
se apagavam para novas esperas.
Tempos atrás, na cidade onde eu moro,
tu não habitavas...
E tudo era calmo e claro:
Me anoitecia num passado de sombra ou de luz,
e me amanhecia num futuro de névoa ou estrela;
e ainda que a vida se apertasse em becos estreitos ou nus,
por uma larga avenida eu projetava vê-la.
Mas, faz algum tempo, para a cidade onde eu moro,
tu vieste habitar
e nada mais é tão calmo e tão claro....
Agora, as lembranças de ti são
meu passado de morador vagando a esmo,
e o meu futuro se ergue a cada tijolo de ilusão...
Não te vais, nem eu posso ir...Quem foge de si mesmo?
Tempos atrás, na cidade onde eu moro,
tu não habitavas...
E tudo era calmo e claro:
As distâncias entre as minhas ruas tinham as medidas
das minhas imensuráveis quimeras;
eu me pertencia e as despedidas
se apagavam para novas esperas.
Tempos atrás, na cidade onde eu moro,
tu não habitavas...
E tudo era calmo e claro:
Me anoitecia num passado de sombra ou de luz,
e me amanhecia num futuro de névoa ou estrela;
e ainda que a vida se apertasse em becos estreitos ou nus,
por uma larga avenida eu projetava vê-la.
Mas, faz algum tempo, para a cidade onde eu moro,
tu vieste habitar
e nada mais é tão calmo e tão claro....
Agora, as lembranças de ti são
meu passado de morador vagando a esmo,
e o meu futuro se ergue a cada tijolo de ilusão...
Não te vais, nem eu posso ir...Quem foge de si mesmo?