Não Sou

“Ainda que eu falasse a língua dos homens,

Que eu falasse a língua dos anjos

Sem amor eu nada seria”

E o que dizes que sou?

Um pano? Um véu? Um quadro preso ao pincel?

Ou um grito, na rua amarga do destino?

A ajuda que dá não me ajuda em nada, sou a sina da estrada

Sou o banco da praça, no qual descarna todas as noites

As línguas fora de mim... No gemido frio do sino

Sou homem sou menino

Sou tudo aquilo que pediste que fosse, ainda que fugido das obrigações que me impôs.

O que dizes que sou?

O que dizes que sou?

A fumaça que o vento soprou, o couro que o lobo rasgou?

Sou assim, amargo ferido, esquecido no vento

E ainda que permaneça subordinado a você

Resisto à marca do tempo

O que dizes que sou?! Sou maior do que presuma que eu seja

Sou melhor que a vontade de me dá às vezes em horror

Mediante os seus erros

De ser a arma armada pra matar e acabar de vez com isso que chamamos de amor!

Importa quem eu sou?

Deixe-me beber minhas próprias lágrimas

Deitar-me no frio chão da saudade

Lamentar o resto de sinceridade

Que a vida a mim reservou.

- Guta Villar & Beth Azevedo - (Luíz Gustavo e Willemberg Freitas)

Willemberg Freitas e Luíz Gustavo
Enviado por Willemberg Freitas em 27/01/2013
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