PÔR-DE-SOL
Enquanto as nuvens
passeiam no céu,
passeio pelos teus pensamentos
e aguardo a chegada
da lua
conehcendo tua alma nua.
Deito-me ao relento
fico ao sabor do vento
e passeio as mãos
pelos teus cabelos,
sinto teus pelo
e teus anelos;
fico na iminência
de um beijo
e cada piscadela
é um lampejo
de branca luz.
O céu já está negro,
estamos azuis:
sóbrios e conscientes,
crianças e inocentes,
fazendo de nossas vidas
vasos transparentes.
O beijo não vem
na sua forma palpável,
mas chega, tão amável,
em abstrata forma
em mim e na menina:
chega no doce sabor salgado
duma brisa noturna e salina.
E, agora que as nuvens
enchem o céu,
fico com a certeza
terna e calma
de que enchi (enchestes)
tua (minha)
alma.
Santos, 05 de Junho de 1992