Quase sempre
Ela tinha o mundo em suas mãos
Mas preferia o cigarro entre os dedos.
Achava graça chorar por desespero
E temia viver nos braços da ilusão.
Topava qualquer falso sorriso
Em busca de qualquer triste distração.
Tornava-se frágil e sensível
Quando o assunto era dor que fere coração.
Mas foi o acaso o pai de toda mudança.
(Ela que já não tinha tanta esperança ganhou
Novos sonhos quando com o amor topou)
E da solidão se fez lembrança.
Ela era de novo criança
Coberta com o calor do amor.
-Ah, como é bom saber...
Que um dia o sol nasce lindo
Para toda e qualquer pessoa.
Pode ser que demore ou não
Mas a vida carrega em si uma surpresa boa.
Que quase sempre é amor.
Quase sempre.