POR UM PUNHADO

Por um punhado

Por um punhado de tempo

Por um punhado de conversa

Por um punhado de riso

Por um punhado de companhia

Por um punhado de amizade

Nada mais que isso;

esperam aqueles abandonados

nos viadutos, nos asilos, nos hospitais

Nada mais que isso

esperam aquelas crianças

esquecidas sem futuro

E nos castelos doutos sábios

riem aos montes

e farfalham na lama e rosnam feito porcos

Assassinos!

Eis o que são, assassinos