vigília
quando adormecem os sons,
vigiam-me tuas luas e mãos,
em teus olhos fechados
rezo meus versos, teu credo
entre uma prece e outra
nas frestas das tuas palavras
silencio-me em entrelinhas
a tecer de longe, teu retrato
enquanto misturo letras
em cálices sem nexo e sem ecos
velo da tua face ausente, teu nome,
teu vício, teus quases, teus sempres...
nessas noites de mãos, olhos
vigilia, quandos e enquantos,
escrevo-me para que me leias
na poesia dos teus sonhos...