NOITES ESCURAS
NOITES ESCURAS
Enquanto conto estrelas,
Perdidas nas madrugadas,
Que voltam a serem sombrias,
Como outrora,
Encaro frente a frente as testemunhas
De noites não tão distantes,
Noites sem cor...
Sem graça...
Que doíam,
Como dói o câncer,
E que entorpeciam,
Como entorpece o ópio,
E que me enlouqueciam,
Como enlouquecem as noites,
Envolto na saudade,
Recoberto de desespero,
E ávido por paz...
Que nunca esteve em teus olhos,
Sequer em seus abraços,
Tampouco em seu sorriso...
Mas sempre esteve...
Quando o sangue se misturava ao sal da pele,
E quando as chagas se expunham...
Sentia o Bálsamo Santo,
Que fez cicatrizar a todas as minhas feridas...
Sérgio Ildefonso 25.01.2013