Verso meu

Pousam meus versos em minha carne

nem alegre, nem triste,

insossa assim como ela existe

habitando o sal dos meus poemas.

Morto, já não farei mais os versos

e entre o céu ou algum inferno

eles ficarão como o espólio de tudo.

O que desejei cantar à vida

pela vida

pelo amor

pelo canto e o encanto dela.

O que nele pus

nada foi além de mim,

nascido de minha carne

onde a vida gargalhou

o andante dos meus passos.

Pousam meus versos,

alegres ou tristes,

fortes ou fracos,

a tudo dizer ao mundo

o que fui e vivi de mim.