Sem Sentidos
Não escreverei um poema sequer, sobre este dia.
Pois não quero que meu verso carregue a memória
Das noites turvas de insônia e agonia.
Com sangue e fel foi escrita nossa história
O conto de fadas tornou-se cinzas.
Dos esplendores, dos cânticos de vitória,
Que eu declamava à tardezinha,
Não lembrarei!Não alimentarei meu peito aflito.
Deixarei que adormeça e com ele as lembranças.
Ficarei longe para não ouvir os teus gritos
Clamando bem alto, na esperança
De que eu volte e atenda o seu pedido.
Não escreverei um poema sequer...
Tamparei forte os meus ouvidos
Para não correr o menor risco
De voltar atrás e me compadecer.
O verei submergir em sua confusão.
Teus passos errantes,sem destino,
Andando por qualquer caminho
Sem a mínima instrução!
E não restará nem poesia,
Nem palavra qualquer!
Apenas esta ironia:
Querer mal meu bem querer!