formigando o dia
Ontem deitei num chão de pedra ao lado de uma sequer árvore no campo na frente dum lajedo. Como eu, as cigarras se ouriçavam com o sol da manhã. As andorinhas pequenas azuladas de casa mostravam em seu voo que estiveram acordando a bem mais tempo. Já as florzinhas não, essas pareciam preguiçosas como eu. O rio continuava correndo lá embaixo, sempre no conVexo do Vê. Não vês, mas os lambaris e as plantas utriculárias estão dentro do som da água.
Assim seguia o início daquele dia telúrico, xamânico, proverbolesco e calmo.
Ai!
Abaixo de mim, não tinha tomado conta que havia um caminho das tropas, as pequenas tropeiras que carregavam alimento com o dobro do tamanho do seu corpo.
Até haviam gritado, formado coro e recalculado a rota da tropa.
Mas foi quando, não qualquer, mas a mais eunuca indisciplinada decidiu avisar a marmota sem pilha – eu, de que aquela preguiça toda estava emperrando um formigueiro inteiro.
E foi assim que uma formiga mostrou ao formigueiro como se deve usar as coisas que Deus concede.
E foi assim também que ela mostrou que uma picada dói.