Coito Natural

Na ladeira abaixo forte vai a chuva,

na parreira ainda um cacho de uva,

no compasso que desenha a curva,

desce em diagonal doce água do céu.

Fluxo que molha o casaco e a luva,

véu que encoberta a cabeça já turva,

nascido dos olhos dos arcanjos tristes,

é o choro da gravidade em queda livre.

No barro que faz artesanato na noite,

se conforma numa violência torrencial,

ciúmes da umidade fria contra o calor,

magia de amor em falso coito natural.

Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 24/01/2013
Reeditado em 05/03/2013
Código do texto: T4103094
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