Coito Natural
Na ladeira abaixo forte vai a chuva,
na parreira ainda um cacho de uva,
no compasso que desenha a curva,
desce em diagonal doce água do céu.
Fluxo que molha o casaco e a luva,
véu que encoberta a cabeça já turva,
nascido dos olhos dos arcanjos tristes,
é o choro da gravidade em queda livre.
No barro que faz artesanato na noite,
se conforma numa violência torrencial,
ciúmes da umidade fria contra o calor,
magia de amor em falso coito natural.