Aurora Dizimada

No meu peito há uma célebre hóspede...

E, que a verdade seja dita, desde eras remotas

Acompanha-me essa dor que não se esgota.

Por vezes ela adormece... Omite-se...

Faz parte da tortura que ela tem me imposto

Permite-me um riso e, logo, volta-me seu rosto.

Tétrico rosto que me espreita, voraz

Cingindo-me com sua sombra assaz funesta...

Aos poucos dizimando a aurora que me resta.

Assim, com um riso decrépito nos lábios

E co’alma a exalar um fartum de aurora putrefata.

Atravesso a vida carregando a morte, sorte ingrata!

Sil Castilho
Enviado por Sil Castilho em 24/01/2013
Código do texto: T4102716
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