ALMA DESERTA!

De tão longe, perto fico;

Obstino-me a voltar,

Dói-me o peito ao infinito;

Perdido no grito e morto no olhar.

Lágrima de sangue cai de minha face;

É o coração desatinado a pulsar,

Passou de corpóreo a invisível o enlace;

Intensificando o oposto de sofrer e amar.

Dou-me conta da insensatez que me habita;

Ao abraçar-te sem te-la por perto,

A loucura em minha mente atrita;

Deixou-me de alma deserto.

Solidão: Que me fazes de horrendo?

Já cumpri o castigo de erros passados,

Afastado de quem amo estou morrendo;

Sufocando-me em sentimentos embaraçados.

Sei que o amar dela é recíproco;

Traga-a para perto de mim,

Não posso mais ter o "sonho de Ícaro."

com pés no chão quero tocá-la ao fim.