MENINA MÁ
Hoje eu me vi correndo pelas ruas,
nua de toda vaidade,
fazendo pedido para a lua,
contando estrelas com medo
vigiando as verrugas na mão...
Travessuras de criança
que acredita em contos de fada..
Hoje me vi criança sem muro e sem grades,
guardiã da ilusão de que seu quintal é a cidade.
Contei para mim “estórias” de cicatrizes,
cada ponto um conto
e cada conto mais um ponto...
Sorte que são “estórias”,
memórias pulsante, eternas,
vida em movimento constante.
Hoje me vi guardando a primavera no vestido,
regando as flores da barra da saia
com as gotas de riso e dor
que escorriam das rendas de minhas memórias.
Me vi enganando uma flor
para que tudo sempre acabe bem..
Bem-me-quer... Mal-me-quer...
Que mal há em bem querer?
Hoje ouvi alguém dizer:
“Você não é uma menina má,
o mal lhe vem através dos olhos
de quem não sabe olhar.”