MENINA MÁ

Hoje eu me vi correndo pelas ruas,

nua de toda vaidade,

fazendo pedido para a lua,

contando estrelas com medo

vigiando as verrugas na mão...

Travessuras de criança

que acredita em contos de fada..

Hoje me vi criança sem muro e sem grades,

guardiã da ilusão de que seu quintal é a cidade.

Contei para mim “estórias” de cicatrizes,

cada ponto um conto

e cada conto mais um ponto...

Sorte que são “estórias”,

memórias pulsante, eternas,

vida em movimento constante.

Hoje me vi guardando a primavera no vestido,

regando as flores da barra da saia

com as gotas de riso e dor

que escorriam das rendas de minhas memórias.

Me vi enganando uma flor

para que tudo sempre acabe bem..

Bem-me-quer... Mal-me-quer...

Que mal há em bem querer?

Hoje ouvi alguém dizer:

“Você não é uma menina má,

o mal lhe vem através dos olhos

de quem não sabe olhar.”

Rose Tunala
Enviado por Rose Tunala em 24/01/2013
Código do texto: T4102408
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