E se o tempo, o amor
E se nosso amor tivesse consumado?
Se nossos lábios tivessem se tocados,
As línguas entrelaçadas
Se nossas lágrimas tivessem chorado,
não por tristeza
nem por separação
mas pelo frio gostoso e inseguro
que surge na barriga e arrebenta o coração.
Dois corpos que se completam
se pedem toda a vez que se querem,
o querer grita como uma necessidade,
urge saciar-se esta iniquidade
no paraíso carnal,
No entanto, sem o corpo teu,
sem tua alma fugidia por quem me apaixonei,
vejo-me em outro mundo, no desolador mundo real.
O Tempo passa depressa,
e não há nada que o impeça, poucas chances são dadas,
eu estou me tornando frio,
o brilho que outrora radiava
tornou-se opaco, muito fraco fiquei sem ti,
Meus versos que eram meu tudo e eram todos teus
esvaíram-se, e apagou o que eu queria ser.
Então, o tempo levou meus versos
meus sonetos ficaram dispersos,
minha criatividade esvaneceu sem minha inspiração,
Não sou mais poeta,
o dom da poesia foi-se embora,
e agora está nas mãos de outro apaixonado.
A Paixão é a mãe das artes,
cheia de vaidade
faz artes e manhas,
nos manha quando a sua aquarela
estamos a pintar,
quanto o encanto se acaba, embota sangue na língua,
como se da sua arte nunca mais haveremos de pintar.