BUTANTÃ
Destila o veneno
num copo pequeno
para poder se
embriagar.
Cospe para fora
todo o seu agouro,
seu falso sorriso
- dele não preciso! -
E crava no teu couro
a marca da falsidade
e corre por toda a cidade
à procura de teu par.
Finja saber amar
e encha tua boca
da tua própria saliva.
Engole-a!
Pede mais!
E morra afogado
na tua prória
(falsa) paz.
São Paulo, 09 de Julho de 1993