BUTANTÃ

Destila o veneno

num copo pequeno

para poder se

embriagar.

Cospe para fora

todo o seu agouro,

seu falso sorriso

- dele não preciso! -

E crava no teu couro

a marca da falsidade

e corre por toda a cidade

à procura de teu par.

Finja saber amar

e encha tua boca

da tua própria saliva.

Engole-a!

Pede mais!

E morra afogado

na tua prória

(falsa) paz.

São Paulo, 09 de Julho de 1993

Marcelo Lopes
Enviado por Marcelo Lopes em 23/01/2013
Reeditado em 23/01/2013
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