CUMPLICIDADE
Onde andarás,meu amor?
Tu não surgistes com o cheiro da brisa
que acalenta o crepúsculo já entristecido,
por saber que sua amada logo dormirá.
Onde andarás, meu amor?
Perdestes na escuridão da noite fria,
deixando-me só, vagando perdida
na triste ilusão de ti encontrar.
Perguntei ao orvalho
que olhou para o lado,
fazendo pouco caso
por nunca sentir
a dor de amar.
Percorri o vazio,
reconstitui teus passos.
Mas... Nada!
Nem mesmo as calçadas
sabiam onde estás.
Subornei as estrelas.
Quem sabe uma delas me diria "onde".
Quanta ingratidão!
Para minha surpresa,por cumplicidade,
ninguém me responde.
(Íris Rago)