CUMPLICIDADE

Onde andarás,meu amor?

Tu não surgistes com o cheiro da brisa

que acalenta o crepúsculo já entristecido,

por saber que sua amada logo dormirá.

Onde andarás, meu amor?

Perdestes na escuridão da noite fria,

deixando-me só, vagando perdida

na triste ilusão de ti encontrar.

Perguntei ao orvalho

que olhou para o lado,

fazendo pouco caso

por nunca sentir

a dor de amar.

Percorri o vazio,

reconstitui teus passos.

Mas... Nada!

Nem mesmo as calçadas

sabiam onde estás.

Subornei as estrelas.

Quem sabe uma delas me diria "onde".

Quanta ingratidão!

Para minha surpresa,por cumplicidade,

ninguém me responde.

(Íris Rago)

Iris Rago
Enviado por Iris Rago em 23/01/2013
Reeditado em 17/02/2013
Código do texto: T4099633
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