A MENINA DO PORTO

A MENINA DO PORTO

A menina do porto encontrou o seu homem

seguindo o rastro do sol no amanhecer.

E num momento único deu a ele as suas mãos

e ofereceu o seu corpo.

Eis me aqui! Dança comigo?

Voe, me acompanhe, sou poetisa e pássaro,

sem pecado e sem culpa.

És o lobo do mar ancorando no meu peito.

Dispa-me e vem brincar comigo. Quero-te agora.

Marca o meu coração como uma tatuagem

e ocupe o seu lugar no coração dessa sonhadora menina.

Essa minha vontade de te amar agora

me deu asas e marcou tua presença em mim.

Provocou essa ousadia urgente de te amar.

Assim, desse jeito, com sentimento de uma única vez,

quero me entregar sem arrependimento.

O prazer me faz chorar sem constrangimento,

e derramar lágrimas por ter você aqui dentro.

Se eu pudesse viveria para sempre esse amor cigano,

navegando sonhadora, pelos mares e pelas nuvens,

num momento único, fazendo um rapel nas estrelas.

Viajando juntos nesse momento,

você libertou a borboleta enclausurada

que se transformou numa mulher,

devassa, insana, selvagem e erótica,

domadora, dominadora, que oferece os seios

como uma armadilha para conquistar alvo do seu amor

e deixar impregnado nele todo o seu odor.

E, juntos, nesse encontro de sexo,

um passeio pelo orgasmo,

para se conhecer melhor.

Assim como a fêmea que sente a necessidade do macho,

pede, sem pudor, e mostra todos os seus argumentos

e tentações que pode oferecer.

Vai e volta, agora eu sou a sua mulher.

PUBLICADO NA ANTOLOGIA SENSUALIDADE EM PROSA & VERSO - EDIÇÃO ESPECIAL 2007 - CÂMARA BRASILEIRA DE JOVENS ESCRITORES - RIO DE JANEIRO