O clarão do poeta
Oh baianinha ambulantes, dançam uma valsa,
Nem que seja deselegante, a inspiração já fugiu,
Do poeta, então dancem para que os seus humildes,
Olhos se flertem com as águas, e se percam do vislumbre.
Baianinhas por favor, rodopiam sob essa chuva de verão,
Encharcam-se de lágrimas das nuvens o vulto dará a composição.
Quem dera se o anoitecer chegasse e vocês vissem o temor do poeta,
Correriam para com ele e o deixariam ditoso.
As baianinhas à noite se confundem com as estrelas são
Tão infinitas que resvalam o profundo céu numa cor
Azul mar, mas sem o sal das areias elas são docinhas.
Já o poeta é castigado pelo tempo, enganado pelas,
Formas das palavras tudo pra ele tem cor de lusco-fusco
Vive num martírio de ilusões o poeta sempre morre calado...