Não tenho medo dos inimigos declarados. Tenho medo de tudo que me trave o riso e respondam por mim, e repreenda o direito de ter meus silêncios e calar-me quando me for confortável. Tenho medo de não ser confrontada para nenhum desafio, de cultuar as mesmas ideias anos a fio. De ser um livro aberto, sem nenhum mistério a desvendar, de viver na mesma moda igualitária, regrada pela mídia. Ai! Eu tenho tanto medo, de não me apaixonar por uma causa, feito criança deslumbrada com o brinquedo novo. Ah! Que medo que dá de viver no comodismo, de emoções vazias, de perder o encanto do olhar, de não ter nenhuma travessura para contar. Tenho medo de ser apenas um corpo, pelo mundo a vagar...
Ai! Que medo que dá.
Águida Hettwer
22/01/2013