MORRESTE-ME
Morreste-me em dó,
em sol e lua.
Morreste-me em som,
em frases cruas.
Deixaste-me nua
sem tez
ou lucidez.
Morreste-me em vão
nos vãos
da ingênua generosidade.
Morreste-me em ossos.
Sim, morreste-me em vão,
pois a vida me ensinou a canção
que se canta sobre os ossos,
ossos do ofício.