CONFISSÃO
Vou lhe falar
de sonhos.
Falar sobre
veleiros livres,
ao sabor do vento,
em mares dourados
pelo sol que cai.
Vou lhe falar
de sonhos.
Falar sobre
pássaros livres,
voando em céus
azuis.
Profundamente azuis.
Vou lhe falar
de sonhos.
Falar sobre
pessoas livres
andando
em ruas de esperança
vivendo
em casas de saudade.
Pessoas livres
com seus corpos
que buscam saciar
suas sedes particulares.
Pessoas livres,
porém,
com almas presas,
algemadas.
Algemadas por
um sonho que
até hoje acalentam.
Vou lhe falar de sonhos.
E, me entristeço
porque - ainda -
são
somente
sonhos.
21 de Julho de 1990