NÃO SOU ORGULHO, SOU CATETO

Exponho meus orgulhos
no verso que escrevo,
mas também exponho
minhas fra(n)quezas.
De baixo do tapete da ante-sala
da alma, retiro os entulhos
e jogo as cartas. Sei que devo
o que é impagável: o sonho
da vida. As delicadezas
da alma
não sabem o que o coração cala.
Nem nunca a alma saberá
das esquisitices a que se submete
o coração. A alma sobrevive,
o coração arrisca.
Peço calma.
Necessito saber o quê há,
porque sei que a loucura me remete
sempre ao inferno. Resgato o que tive
nos tempos de ser isca.
Sou tempo novo.
Sou hoje o que comovo.
Não engano, não prometo.
Não sou hipotenusa, sou cateto.

Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 22/01/2013
Reeditado em 01/02/2013
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